Evolução Saúde Humana, Evolução do vírus a gripe

EVOLUÇÃO SAÚDE HUMANA

Contexto Histórico:

 

Em 1858, Louis Pasteur propôs que doenças contagiosas são causadas por germes. Posteriormente, inspirados no trabalho de Pasteur, Robert Koch e outros descobriram as bactérias causadoras do antraz, de ferimentos, da febre tifóide e da tuberculose. Estes estudos alertaram os pesquisadores para a existência de um “combate” entre patógenos e hospedeiros o que sugeriu a importância da evolução biológica destes seres para a compreensão correta das patologias por eles causadas.

 

Medicina Darwiniana:

 

Este conceito surgiu recentemente com os estudos de George Willians e Randolph Nesse. A principal idéia é que existe uma coevolução entre patógeno e hospedeiro com aprimoramento das táticas e estratégias de ambos na luta por sua sobrevivência e reprodução.

 

Patógenos e o escape à resposta imune:

 

Quando entramos em contato com algum patógeno nosso sistema imune geralmente é capaz de reconhecer suas proteínas, ou seja, ele mantém células de memória que irão reconhecer os antígenos que outrora o organismo entrou em contato. Assim o sistema imune tem a capacidade de montar uma resposta mais efetiva do que aquela do primeiro contato e a cada novo contato o sistema tende a agir de forma mais eficiente. No entanto não é só o padrão de defesas do organismo que tende a melhorar em resposta a ação de um patógeno, também o patógeno poderá mudar. Qualquer mutação que permita aos seus portadores evitar a resposta imune do hospedeiro ou resistir a ela deve ser intensamente selecionada para aumentar de freqüência rapidamente. O próprio sistema imune seleciona parasitas que são capazes de fugir a detecção. Se pudermos entender como um determinado patógeno evolui em resposta ao ataque do sistema imune humano, estaremos mais capacitados a intervir no conflito e a aumentar a vantagem para um desfecho favorável.

Vírus

Para sobreviver o vírus precisa que o organismo de seu hospedeiro não reconheça a sua estrutura, por isso ou se tem uma infecção sempre com um novo vírus ou então esse vírus se modifica. E ai que esta a grande jogada, os vírus modificaram-se pelo re-arranjo de suas proteínas, que podem ser mutações neutras ou não. Como se soube disso? O pesquisador Fitch e colaboradores tinham uma hipótese, que os vírus modificavam o sítio antigênico da proteína que é a parte que é reconhecida pelo sistema imune, e que o mesmo monta uma resposta e, portanto é memorizada. Eles perceberam isso pois uma grande quantidade de vírus que tinham sido congeladas foi estudada e a cada vírus eles constatavam se a mudança ocorria no sítio antigênico ou então em um não antigênico. E com isso puderam ver que a sua hipótese estava correta. A grande maioria dos vírus “vivos” ainda hoje, possuíam as mudanças no sítio antigênico. Só que para que essa hipótese fosse exatamente correta a teoria neutralista deveria ser coerente, ou seja, uma grande quantidade de vírus deveria ter mutações porém essas deveriam ser neutras, e de fato isso acontece, porém, eles identificaram 18 códons que teriam mais mutações com mudanças do que neutras, chegando até 20 vezes mais.

A Pandemia do vírus

 

Caso por exemplo, haja a infecção de mais de uma estrutura viral por exemplo, H1N1 e H2N2, nas células humanas, pode acontecer da “montagem” de um novo vírus, pois a maquinaria metabólica da célula produzirá os dois tipos de material genético e proteínas, o da variação H1N1, e o da H2N2, então poderá ocorrer o surgimento de um novo vírus. Já que existem nestes vírus da gripe oito fitas de RNA que codificam para 11 proteínas, que compreendem polimerases, estruturais e de capa. Se caso a montagem seja misturada por exemplo, proteínas da capa do H1N1 se “juntem” com as outras proteínas que formam o vírus, do H2N2, uma outra estrutura viral surge. É o que aconteceu na Gripe A H1N1, os vírus aviário, suíno e humano se modificaram pela junção de estruturas dos vários vírus, ou seja, um “pedaço” de cada um e formaram uma nova estrutura viral.

 

Patógenos em evolução: a virulência

 

Virulência é o dano causado por um patógeno ao hospedeiro no transcurso de uma infecção.

 

A virulência em patógenos humanos

 

Paul Ewald (1993, 1994) considerou o modo como a hipótese do trade - off poderia ser aplicada aos patógenos humanos.Depois de muito estudar ele fez varias previsões sobre o tema em questão,dentre as muitas foi discutida duas específicas.

Primeira previsão: Refere-se à virulência das doenças que são transmitidas por contato, comparando com as que são transmitidas por insetos vetores.

Segunda previsão: Diz respeito às bactérias que infectam o trato digestivo e causam diarréia, sendo que elas podem ser transmitidas tanto por contato direto como por água contaminada.

Em analise das duas previsões Ewald chegou à seguinte conclusão que a água contaminada pode desempenhar o mesmo papel que os insetos vetores tinham na primeira previsão. Portanto, parasitos transmitidos por insetos vetores ou por água contaminada podem prosperar, mesmo que o seu hospedeiro estiver severamente debilitado. Em conseqüência, eles tentem a ser mais virulentos do que os parasitos que são transmitidos por contato direto.

A hipótese da evolução por trade - off implica que o comportamento humano pode afetar a seriedade das doenças humanas.