Histologia

 

Introdução à Histologia

Histologia

É definida como sendo a ciência, parte da biologia, que estuda os tecidos. O termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer,  que aproveitou o termo “tecido” que Bichat  (anatomista francês) instituiu,  muito tempo antes (por volta de 1800), para descrever macroscopicamente as diferentes texturas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo. E o que é tecido?

 

Tecido

Há vários conceitos para tecido. É possível encontrar alguns autores  que definem tecido  como sendo um  conjunto de células  que apresentam mesma  forma, mesma função e mesma origem embrionária. Mas, este conceito não possui muita sustentação histológica. Se analisarmos, por exemplo, o sangue, veremos que a forma de uma hemácia (disco bicôncavo, anucleado na maioria dos animais domésticos) é totalmente diferente  de um neutrófilo (ovóide, quando no sangue, com núcleo lobulado). Quanto à função destas células: a hemácia transporta oxigênio e gás carbono, enquanto o neutrófilo é uma célula fagocitadora. Portanto, vemos que apesar de pertencerem ao mesmo tecido elas não têm a mesma forma e tão pouco  a mesma  função. Ainda outro exemplo nos remete a raciocinar: no tecido ósseo os osteócitos são células  arredondadas cuja função é contribuir na  manutenção da  matriz  óssea, enquanto os osteoclastos são células cuja forma varia muito, pois se movem através da emissão de “pseudópodes” e  são responsáveis pela reabsorção  óssea.

Portanto, nem possuem a mesma  forma e muito menos a mesma função.

Poderíamos discorrer muito mais, mostrando inúmeros exemplos em que se constata que a grande maioria dos tecidos é constituída por células que têm funções e forma diferentes. Já quanto à afirmação de que as células de um tecido apresentam mesma origem embrionária, de fato esta afirmação é aplicável. As células que compõem um tecido normalmente apresentam mesma origem embrionária. Assim, como conceituar tecido?  Tecido é um conjunto de células que apresentam a mesma função geral e a mesma origem embrionária. Diríamos a mesma função geral, pois um tecido apresenta uma ou mais funções gerais. Por exemplo: os epitélios de forma geral apresentam como função principal revestir as superfícies corpóreas, assim sua função geral é revestir uma  superfície. No epitélio, como, por exemplo, o da traquéia, tem-se a células ciliadas e as células caliciformes.

Ambas apresentam formas e funções diferentes, mas as duas realizam a função geral de revestir.

 

        Origem Embrionária dos Tecidos

 

Neste ponto devemos começar do início: quando o espermatozóide

(gameta masculino) e o óvulo (gameta feminino), ambas as células apresentando a metade do número de cromossomos (portanto haplóides) de uma célula somática da espécie, encontram-se em ambiente propício – que pode ser o útero ou em meio de cultura – ocorre a fecundação. As duas células após a fecundação formam uma célula, o zigoto, que é uma célula diplóide (como  o  mesmo número de cromossomos de qualquer  célula somática  da espécie). Formado o zigoto ele passa a sofrer sucessivas mitoses, processo denominado de clivagem. Uma célula  forma duas, as  duas formam quatro, as quatro formam  oito e assim sucessivamente. Por volta do sétimo dia (na maioria dos animais domésticos) pós-fecundação o que se vê é um amontoado de células envoltas por uma membrana translúcida. Cada célula é chamada  de  blastômero, sendo células totipotentes (ainda não diferenciadas e com a potencialidade de originar qualquer  uma das  células do corpo animal), e a membrana envoltória é chamada  de zona pelúcida. Este estágio do embrião por se assemelhar muito a uma amora é chamado de mórula. Os blastômeros sintetizam um líquido, rico em ácido hialurônico, que vai se acumulando dentro do embrião e por volta do oitavo/nono dia forma-se uma pequena cavidade no interior do embrião, a blastocele. Neste momento o embrião passa a se chamar de blástula ou blastocisto. Posteriormente, a cavidade aumenta e pela expansão interna do embrião  a mórula é rompida (blastocisto eclodido). Esta massa celular começa  a se dobrar para dentro de si  mesma e aí se forma uma cavidade central  chamada  de  gastrocele, neste momento forma-se a  gástrula. Nesta fase é possível identificar os dois primeiros tecidos embrionários –  ectoderma e  endoderma. O ectoderma é folheto embrionário externo e o endoderma o folheto embrionário interno. Um pouco depois, a partir do endoderma forma-se o folheto médio, o mesoderma. A partir daí começa haver diferenciação celular e formação dos tecidos animais. Por exemplo: do ectoderma forma-se o tecido nervoso e alguns epitélios de revestimento; já do mesoderma origina-se a maioria dos tecidos conjuntivos e musculares; do endoderma alguns epitélios de revestimento. 

Os tecidos embrionários são três (ectoderma, mesoderma e endoderma) e deles se formam todos os tecidos do corpo animal, mas a propósito quantos e quais são os tecidos encontrados no corpo animal? 

Tecidos Fundamentais

  Macroscopicamente Bichat, por volta de 1800, conseguiu identificar

21 diferentes tipos de tecidos. Mas com o advento do microscópio foi possível identificar muitos outros tecidos (aproximadamente 41). Mas todos estes tipos podem ser agrupados em quatro diferentes tecidos, chamados de tecidos fundamentais: os tecidos epiteliais, os tecidos conjuntivos, os tecidos musculares e o tecido nervoso.

 

 

Tecido epitelial:

 

 

O tecido epitelial, denominado por epitélio, é formado pelo conjunto de células semelhantes e justapostas, ou seja, uma camada de células coesas entre si, revestindo externamente a estrutura corporal de muitos vertebrados, por exemplo, do ser humano, realizando também a delimitação das cavidades internas, bem como formação dos órgãos e glândulas. 
Esse tipo de epitélio normalmente possui uma de suas superfícies em contato com o tecido conjuntivo, intermediado pela lâmina basal, fornecendo além de suporte (pois se instala sobre as glicoproteínas), também a nutrição, já que não possui vasos sanguíneos. 
Sua classificação pode variar de acordo com a morfologia das células, a estratificação e as especializações.

 

 


 

Forma da célula

Nome

Característica

Epitélio Pavimentoso

Células achatadas

Epitélio Cúbico

Células cúbicas

Epitélio Prismático

Células prismáticas

Epitélio de Transição

Células com formato variável

 

Estratificação (número e aparência das camadas celulares)

 

Nome

Característica

Epitélio Simples

Constituído por uma única camada de células

Epitélio estratificado

Constituído por mais de uma camada de células

Epitélio Pseudoestratificado

Constituído por uma única camada de células de diferentes tamanhos

Especializações

Nome

Característica

Presença de cílios

Finíssimas projeções na superfície apical de algumas células: da tuba uterina e da traqueia

Presença de uma delgada camada queratinizada

Proteínas que conferem propriedade impermeabilizante

 

Da combinação dessas características, temos os seguintes tipos de tecidos: 

- Epitélio pavimentoso dos alvéolos pulmonares, proporcionando a hematose do sangue, permitindo a passagem de oxigênio para as hemácias; 
- Epitélio cúbico simples dos rins, com função de absorção e secreção; 
- Epitélio cilíndrico simples do intestino delgado, efetuando a absorção do alimento digerido; 
- Epitélio estratificado pavimentoso, exercendo a função de proteção revestindo todo o nosso corpo (a epiderme); 
- Epitélio cilíndrico pseudoestratificado e ciliado da traqueia e brônquios, desempenhando função de proteção, remoção e eliminação de impurezas na via respiratória; 
- Epitélio de transição da bexiga, com função de distensão e retração (propriedade elástica) de acordo com o teor de urina armazenada. 

Curiosidade: A epiderme juntamente com a derme, forma o maior órgão do corpo humano (a pele), com proporção média igual a 2m2 de área. A proximidade e a adesão entre suas células, em consequência às junções comunicantes, e mesmo pela presença de queratina, estabelecem o primeiro bloqueio fisiológico contra agentes patogênicos (que causam doenças). 

- Epitélio glandular: tecido especializado na síntese de secreções (hormônios, enzimas digestivas e substâncias como: suor, lágrimas, gametas e leite). Podem ser endócrinas, exócrinas ou mistas. 

Glândulas Endócrinas
hipófise, tireuide e a suprarrenal; 
Glândulas Exócrinas
sudoríparas, sebáceas e salivares; 
Glândulas Mista (anfícrina)
pâncreas, fígado e as gônadas.

 

Tecido Conjuntivo


De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se por preenchimento dos espaços intracelulares do corpo e a importante interfase entre os demais tecidos, dando-lhes sustentação e conjunto. 

Morfologicamente, apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), constituída por um aparte não estrutural, denominada de substância estrutural amorfa (SFA), e por outra porção fibrosa. 

Substância Amorfa: formada principalmente por água, polissacarídeos e proteínas. Pode assumir consistência rígida, como por exemplo, no tecido ósseo; e mais líquida, como é o caso do plasma sanguíneo. 

Fibras: de natureza proteica, distribuem-se conforme o tecido, destacando-se: 

Colágeno 
fibras mais frequentes do tecido conjuntivo, formada pela proteína colágeno de alta resistência (coloração esbranquiçada); 

Elásticas 
fibras formadas fundamentalmente pela proteína elastina, possuindo considerável elasticidade (coloração amarelada); 

Reticulares 
fibras com reduzida espessura, formada pela proteína chamada reticulina, análoga ao colágeno. 

Portanto, além da função de preenchimento dos espaços entre os órgãos e manutenção, toda a diversidade do tecido conjuntivo em um organismo desempenha importante função de defesa e nutrição. 

Os principais tipos em vertebrados podem ser subdivididos em dois grupos, a partir de uma classificação considerando a composição de suas células e o volume relativo entre os elementos da matriz extracelular: tecido conjuntivo propriamente dito (o frouxo e o denso), e os tecidos conjuntivos especiais (o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o sanguíneo). 

Tecido Conjuntivo Frouxo 

Caracteriza-se pela abundante presença de substâncias intercelulares e relativa quantidade de fibras, frouxamente distribuídas. Nesse tecido estão presentes todas as células típicas do tecido conjuntivo: os fibroblastos ativos na síntese proteica, os macrófagos com grande atividade fagocitária e os plasmócitos na produção de anticorpos. 

Tecido Conjuntivo Denso 

Denominado de tecido conjuntivo fibroso, apresenta grande quantidade de fibras colágenas, formando feixes com alta resistência à tração e pouca elasticidade. È tipicamente encontrado em duas situações: formando os tendões, mediando a ligação entre os músculos e os ossos; e nos ligamentos, unindo os ossos entre si. 

A organização das fibras colágenas nessa classe de tecido permite distingui-lo em: não modelado, quando as fibras se distribuem de maneira difusa (espalhadas); e modelado, se ordenadas. 

Tecido Conjuntivo Sanguíneo


Esse tecido tem a função de produzir as células típicas do sangue e da linfa. Existem duas variações: tecido hematopoiético mieloide e tecido hematopoiético linfoide. 

Mieloide: Encontra-se na medula óssea vermelha, presente no interior do canal medular dos ossos esponjosos, responsáveis pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue (hemácias), certos tipos de glóbulos brancos e plaquetas. 

Linfoide: Encontra-se de forma isolada em estruturas como os linfonodos, o baço, o timo e as amígdalas; tem o papel de produzir certos tipos de glóbulos brancos (monócitos e linfócitos). 

Tecido Conjuntivo Adiposo 

O tecido conjuntivo adiposo é rico em células que armazenam lipídios, com função essencial de reserva energética. Em aves e mamíferos (animais homeotérmicos), auxilia na regulação térmica (isolante), sendo distribuído sob a pele onde constitui a hipoderme. 

Tecido Conjuntivo Cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, desprovido de vasos sanguíneos e nervos, é formado por células denominadas condroblastos e condrócitos. O condroblasto sintetiza grande quantidade de fibras proteicas, e com gradual redução de sua atividade metabólica, passa a ser denominado condrócito. 

 

 

Tecido Conjuntivo òsseo


 Bem mais resistente que o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é constituído de uma matriz rígida, formada basicamente por fibras colágenas e sais de cálcio e vários tipos de células: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. 

Os osteoblastos são células ósseas jovens, existentes em regiões onde o tecido ósseo encontra-se em processo de formação, originando os osteócitos que armazenam cálcio. Os osteoclastos, por sua vez, são células gigantes que promovem a destruição da matriz óssea.

 

Tecido muscular:

O tecido muscular, originado do mesoderma (folheto embrionário), constitui os músculos, está relacionado ao mecanismo de locomoção e ao processo de movimentação de substâncias internas do corpo, decorrente à capacidade contrátil das fibras musculares em resposta a estímulos nervosos, utilizando energia fornecida pela degradação da molécula de ATP. 

As células desse tecido são caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a função de contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos filamentos proteicos de actina (miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos grossos). 

O grau de contração muscular segue, a princípio, dois fatores: o primeiro relacionado à intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas. 

Dessa forma, somente ocorrerá contração quando o estímulo nervoso tiver intensidade suficiente para desencadear em um número significativo de fibras, uma ação de contração mediada por substâncias neurotransmissoras, emitidas nas sinapses neuromusculares (contato neurônio músculo), sinalizando o deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos.


Classificação dos tecidos musculares: 


Há três tipos de tecidos musculares: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido estriado cardíaco, cada um com suas particularidades. 

- Musculatura lisa (necessariamente com contração involuntária, independente da vontade do indivíduo): formada por células mononucleadas com estrias longitudinais. É presente nos órgãos vicerais internos (esôfago, intestino, vasos sanguíneos e útero), responsável pelo peristaltismo. 

- Musculatura estriada esquelética (contração voluntária, dependente da vontade do indivíduo): formada por células multinucleadas com estrias longitudinais e transversais. Forma os músculos, órgãos ligados à estrutura óssea, permitindo a movimentação do corpo. 

- Musculatura estriada cardíaca (contração involuntária): constitui as células binucleadas do miocárdio (musculatura do coração), unidas por discos intercalares que aumentam a adesão entre as células. Fator importante para uma contração rítmica e vigorosa, mantendo a circulação do sangue no corpo. 

Um aspecto interessante com relação às fibras musculares estriadas ocorre em ocasião ao estado parcial de contratibilidade passiva, da ordem de milionésimos de segundos alternado entre as fibras musculares. Processo que estabelece uma situação contínua para o tônus muscular (diferente de definição muscular), auxiliando na estabilidade e postura corporal
.

 

Tecido nervoso




O Tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao ser estimulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por distâncias relativamente grandes. Trata-se de um dos tecidos mais especializados do organismo animal. 

O Sistema Nervoso é anatomicamente dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos e gânglios nervosos. Tais tecidos são compostos por neurônios gliócitos (ou células gliais).

Neurônios 

Os neurônios são células responsáveis pelos impulsos nervosos, são altamente especializadas, dotadas de um corpo celular e numerosos prolongamentos citoplasmáticos, denominados neurofibras ou fibras nervosas. 

O corpo celular do neurônio contém um núcleo grande e arredondado. As mitocôndrias são numerosas e o ergastoplasma é bem desenvolvido. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos: 

- dendritos (do grego déndron: árvore), ramificações que têm a função de captar estímulos, 

- axônio (do grego áxon: eixo), o maior prolongamento da célula nervosa (varia de frações de milímetro até cerca de 1 metro), transmite os impulsos nervosos.

Gliócitos 

Os gliócitos possuem a função de envolver e nutrir os neurônios, mantendo-os unidos. Os principais tipos de células desta natureza são os astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e células de Schwann.

Os prolongamentos de algumas destas células enrolam-se nos axônios e formam, ao redor deles, a bainha de mielina, que atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio. 

A bainha de mielina, porém, não é contínua. Entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de descontinuidade da bainha, o que acarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. 

Existem axônios em que as células de Schwann não formam a bainha de mielina. Por isso, há duas variedades de axônios: os mielínicos e os amielínicos. Em uma fibra mielinizada, temos três bainhas envolvendo o axônio: bainha de mielina (de natureza lipídica), bainha de Schwann e o endoneuro. 

Nervos

As fibras nervosas organizam-se em feixes. Cada feixe, por sua vez, é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro. 

Os nervos não contêm os corpos celulares dos neurônios; esses corpos celulares localizam-se no sistema nervoso central ou nos gânglios nervosos, que podem ser observados próximos à medula espinhal. 

Quando partem do encéfalo, são chamados de cranianos; quando partem da medula espinhal, denominam raquidianos. 

Os nervos permitem a comunicação dos centros nervosos com os órgãos receptores (sensoriais) ou, ainda, com os órgãos efetores (músculos e glândulas). De acordo com o sentido da transmissão do impulso nervoso, os nervos podem ser: 

- sensitivos ou aferentes: quando transmitem os impulsos nervosos dos órgãos receptores até o sistema nervoso central; 

- motores ou eferentes: quando transmitem os impulsos nervosos do sistema nervoso central para os órgãos efetores; 

- mistos: quando possuem tanto fibras sensitivas quanto fibras motoras. São os mais comuns no organismo. 

Sinapses 

As sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre um neurônio e outro; entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula glandular. Logo, as sinapses podem ser interneurais (entre um neurônio e outro), neuromusculares (entre um neurônio e uma fibra muscular) ou neuroglandulares (entre um neurônio e uma célula glandular). 

Um neurônio não se comunica fisicamente com outro neurônio nem com a fibra muscular, tampouco com a célula glandular. Existe entre eles um microespaço, denominado espaço sináptico, no qual um neurônio transmite o impulso nervoso para outro através da ação de mediadores químicos ou neurormônios. 

Atuação dos neurormônios

Os neurormônios estão contidos em microvesículas presentes nas extremidades do axônio. Quando o impulso nervoso chega até essas extremidades, as microvesículas liberam o mediador químico para o espaço sináptico. O neurormônio, então, combina-se com receptores moleculares presentes no neurônio que deverá ser estimulado (ou na fibra muscular ou na célula glandular). Dessa combinação resulta a mudança na permeabilidade da membrana da célula receptora, fato que desencadeia uma entrada de íons no interior da célula e a consequente inversão da polaridade da membrana. Surge, então, um potencial de ação que gera, na célula receptora, um impulso nervoso
.

 

Fonte: Brasil Escola