Lesma Fotossintetizante?
Por: Cristiano M. Teixeira
Conforme mencionado em artigo anterior(Simbiose Inusitada), existe maior frequência desse tipo de interação entre os organismos invertebrados, assim, temos um exemplo onde o que ocorre na verdade não poderá ser considerado um mutualismo, mas é uma interação onde um organismo se beneficia das ferramentas de outro para prover seu sustento. Aqui observamos mais um exemplo da capacidade extraordinária dos microorganismos como as algas de ser fonte importantíssima de entrada da energia em um ecossistema, mesmo que para isso elas sejam "furtadas".
Elysia chlorotica é um molusco marinho de pequeno porte, ou seja, é uma lesma do mar que adquire sua coloração singular através de um processo igualmente sui generis. essa lesma se alimenta da alga Vaucheria litorea, mas isso não explica muito, o que ocorre afinal? O que se descobriu foi que ao alimentar-se de tal alga, a E. chlorotica tem a capacidade de apropriar-se dos cloroplastos, mas isso ainda não é tudo, ela ainda é capaz de assimilar os genes da alga que são responsáveis por todo o processo de produção do pigmento fotossintético, ou seja, a lesma passa a produzir sua própria clorofila e poderá viver só da energia adquirida da fotossintese. No entanto o molusco não tem a capacidade de produzir os seus próprios cloroplastos, quando jovem inicialmente eles são de uma coloração avermelhada ou marrom, só quando já ingeriu algas o suficiente é que poderá gozar de certa autonomia, principalmente nos períodos em que as populações de algas estão menores. A E. chlorotica pode sobreviver somente da energia produzida por seus próprios cloroplastos.
Tal fenômeno poderá ser observado em águas da costa norte-americana, numa região que vai da Nova Escócia até o sul da Flórida e também na costa canadense.
https://www.plantphysiol.org/content/123/1.cover-expansion
https://www.eol.org/pages/450768