A utilização de modelos didáticos no ensino de genética:

 

 

A proposta de trabalhar conteúdos de genética com a utilização de modelos vivos, em três dimensões, facilita a compreensão e aprendizagem nos diferentes níveis de aprendizado.

Com base nessa teoria, vários professores implementam a utilização dessas aulas práticas, não só em genética, mas em outros assuntos, aonde apenas a teoria não dá uma ideia de relação destes conteúdos com o real funcionamento das estruturas que compõe os diferentes sistemas estudados em ciências e biologia.

 

O papel social da escola é o de democratizar o conhecimento construído ao longo do tempo em diferentes culturas (Bachelard, 1996). A biologia também esta inserida nesta cultura, mas percebemos que há uma longa distancia entre o que o ensino de biologia é, e o que ele deveria ser. De acordo com Fourez (1994), ser alfabetizado cientificamente e tecnicamente significa, sobretudo, que tomará consciência de que as teorias e modelos científicos não serão bem compreendidos se não se sabe o porquê, em vista de quê e para quê foram inventados.

 

O ser humano utiliza de modelos mentais para associar o que está ouvindo ou lendo para formalizar uma ideia a partir de um conceito abstrato. Ele necessita imaginar um modelo concreto para compreender como as coisas funcionam e associar a coisas que eles já conhecem. Na formação didática, não é diferente. Quando se eleva para sala de aula uma prática concreta, ou um vídeo, aonde os alunos podem visualizar o que está acontecendo, o aprendizado é mais bem aproveitado. A modelização é introduzida como instância mediadora entre o teórico e o empírico. Os modelos são abordados na medida em que se procuram relações entre as abstrações e os dados empíricos (Pietrocola, 2001).

 

Sugestões de atividades práticas que podem ser realizadas em aula:

 

Atividade prática 1 - Extração do DNA

 

O DNA é um ácido nucleico presente em todas as células dos organismos vivos, além de ser responsável por carregar toda a informação genética das espécies.

A partir da extração do DNA, será possível verificar o aspecto do DNA, observar que o DNA pode ser encontrado em diversos tipos de células e debater e aprofundar questões científicas relacionadas à genética.

Em nossa atividade prática utilizaremos a cebola, pois ela possui pequenas quantidades de pectina (que podem ser facilmente confundidas com o DNA) e por apresentar células grandes que se rompem quando a cebola é picada. Para a nossa experiência serão necessários os seguintes materiais:

 

- Uma cebola grande;

- Faca de cozinha;

- Uma colher de sopa;

- Uma colher de chá;

- Dois copos;

- Água filtrada;

- Sal de cozinha;

- Detergente;

- Álcool gelado;

- Bastão fino de vidro ou madeira bastão;

- Filtro de café;

- Gelo moído;

- Recipiente para fazer banho-maria

 

Como fazer:

 

Com a faca de cozinha, pique a cebola em pedaços e coloque quatro colheres de sopa de detergente e uma colher de chá de sal em meio copo de água. Mexa bem até a solução se dissolver completamente;

 

 Coloque a cebola picada no copo com a solução de detergente e sal e leve ao banho-maria por 15 minutos;

 

Retire a mistura do banho-maria e coloque o copo no gelo por cinco minutos, de forma que a solução resfrie;

 

Depois de resfriada, coe a mistura no filtro de papel e recolha o filtrado em um copo limpo;

 

A esse filtrado adicione meio copo de álcool gelado. Deixe o álcool escorrer vagarosamente pela borda, de forma que se obtenham duas fases: a superior, alcoólica; e a inferior, aquosa;

Com o bastão, faça movimentos circulares misturando as fases;

 

À medida que se mistura a solução, vão se formando fios esbranquiçados. Esses fios são aglomerados de moléculas de DNA.

 

 

Observações:

 

Se o professor dispuser de microscópio, todos poderão observar os filamentos de DNA na objetiva 40.

O professor pode questionar os alunos sobre a função do sal de cozinha, do detergente e do álcool gelado utilizados na extração do DNA.

Nesse caso, o detergente, por possuir um componente chamado de lauril sulfato de sódio, desnatura as membranas lipídicas e as proteínas, desintegrando os núcleos e os cromossomos das células da cebola, separando o DNA cromossômico.

O sal misturado à água foi utilizado para neutralizar o DNA, que precipitará com o álcool gelado. O álcool gelado em solução salina proporciona uma solução heterogênea e faz com que as moléculas de DNA se aglutinem, formando a massa filamentosa e esbranquiçada.

 

Atividade prática 2 - Extração do DNA humano

 

Aqui temos um link que mostra uma prática, semelhante a primeira apresentada, porém, com DNA humano.

 

www.youtube.com/watch?v=vO50-ZRQtuY

 

 

 

 

Referências:

 

Bachelard G. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto; 1996.

Fourez G. Alfabétisatión scientifique et tecnique. Bruxelles: De Boeck; 1994.

Alberts B et al. Fundamentos da biologia celular: uma introdução à biologia molecular da célula. Porto Alegre: Artmed; 2001.

 

Marcela Marcos Pédra

21/07/2013